12 junho 2019 10:19
Ação da Judiciária inclui empresas privadas, no âmbito de uma investigação sobre viciação de contratos e favorecimento. Barcelos e Guarda são dois dos municípios visados. Operadora de Transportes Transdev na mira da PJ
12 junho 2019 10:19
A Polícia Judiciária realizou esta quarta-feira várias buscas em Câmaras Municipais no Norte e Centro do País. Em causa está “a suspeita de práticas de corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio, prevaricação e abuso de poder”, avança a PJ em comunicado.
A operadora de Transportes Transdev é visada nesta operação "Rota Final" da PJ.
As buscas "domiciliárias e não domiciliárias” incluíram entidades públicas e empresas, “relacionadas com a existência de um esquema fraudulento da viciação de procedimentos de contratação pública, com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas”.
Em investigação está o alegado “favorecimento na celebração de contratos públicos de prestação de serviços de transporte”, e também no recrutamento de funcionários.
Segundo a nota da PJ, as Câmaras abrangidas foram Águeda, Almeida, Armamar, Belmonte, Barcelos, Braga, Cinfães, Fundão, Guarda, Lamego, Moimenta da Beira, Oleiros, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Sertã, Soure, Pinhel e Tarouca.
A ação foi realizada através da diretoria do Norte com o apoio de vários Departamentos de Investigação Criminal e da Diretoria do Centro, no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP de Coimbra. De acordo com a PJ, em causa está a “atuação concertada de quadros dirigentes de empresa de transporte público, de grande implementação em território nacional, a Transdev, com intervenção de ex-autarcas a título de consultores, beneficiando dos conhecimentos destes, terão sido influenciadas decisões a nível autárquico com favorecimento na celebração de contratos públicos de prestação de serviços de transporte, excluindo-se das regras de concorrência, atribuição de compensação financeira indevida e prejuízo para o erário público”
Na operação policial, realizaram-se 50 buscas, domiciliárias e não domiciliárias que envolveram 200 elementos da Polícia Judiciária - inspetores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos. A investigação, refere a PJ, prossegue para determinação de todas “as condutas criminosas, seu alcance e respetivos agentes”.