Sociedade

Judiciária investiga contratação de dois projetos de arquitetura na Câmara de Santo Tirso

Autarca Joaquim Couto e a mulher Manuela Couto, já constituída arguida na Operação Éter em outubro, foram detidos em casa, em Santo Tirso, na manhã desta quarta-feira. Nas buscas à Câmara de Santo Tirso, ainda em curso, PJ investiga utilização de viaturas municipais, viagens de trabalho realizadas pelo executivo municipal e contratação de projetos de arquitetura

Judiciária investiga contratação de dois projetos de arquitetura na Câmara de Santo Tirso

Isabel Paulo

Jornalista

A Câmara Municipal de Santo Tirso esclarece que desconhece o teor das informações que estão a ser veiculadas na manhã desta quarta-feira, nomeadamente a detenção do autarca socialista Joaquim Couto e de Manuela Couto, empresária constituída arguida, em outubro, e libertada sob caução no âmbito da investigação que levou à prisão efetiva do ex-presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira.

A autarquia socialista confirma, no entanto, que estão a decorrer diligências inspetivas por parte da Polícia Judiciária na Câmara Municipal de Santo Tirso, referindo o gabinete de comunicação do município que, de acordo com os autos apresentados pelos inspetores, estão a ser solicitadas informações sobre três assuntos, entre eles a utilização de viaturas municipais por parte de elementos do executivo municipal, bem como viagens de trabalho realizadas pelo executivo.

Sob a mira da PJ estão ainda dois contratos públicos de adjudicação de projetos de arquitetura. Em comunicado, a Câmara Municipal de Santo Tirso adianta que está a prestar à Polícia Judiciária a sua total colaboração, disponibilizando toda a documentação solicitada. “A Câmara de Santo Tirso tem-se pautado pelo respeito escrupuloso da lei, estando, por isso, tranquila com o desenrolar dos procedimentos”, refere-se em comunicado.

Na Operação Teia, desencadeada esta quarta-feira, foram ainda detidos o presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes, eleito pelo PS, e o presidente do Conselho Administração do IPO, Laranja Pontes, suspeitos, tal como Manuela Couto e Joaquim Couto, da prática de crimes de corrupção, tráfico de influências e participação económica em negócio, no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP do Porto.

A investigação, centrada nas autarquias de Santo Tirso, Barcelos e Instituto Português de Oncologia do Porto, apurou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de autarcas e organismos públicos, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto com o objetivo de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular.

A operação policial ainda está em curso.

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