Sociedade

Cordão Humano em volta do São João avança sábado pela construção da nova ala pediátrica

Cordão Humano em volta do São João avança sábado pela construção da nova ala pediátrica
Rui Duarte Silva

Porta-voz dos pais das crianças da pediatria oncológica do Hospital de São João diz que substituição de Adalberto Campos Fernandes peca por tardia, mas teme que a nova ministra da Saúde, Marta Temido, venha a debater-se com os mesmos constrangimentos do Ministério das Finanças que levou à paralisação do Centro Pediátrico

Cordão Humano em volta do São João avança sábado pela construção da nova ala pediátrica

Isabel Paulo

Jornalista

Jorge Pires, líder da recém-criada APOHSJ - Associação Pediátrica Oncológica, afirma que a remodelação governamental e a troca do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, por Marta Temido, não vai “travar a realização do Cordão Humano em torno do Centro Hospitalar São João”, previsto o próximo sábado, pelas 18h30. O porta-voz das crianças internadas em contentores defende que a substituição ministerial na tutela da saúde “peca por tardia”, embora tema que “os constrangimentos causados pelo Ministério das Finanças” ao avanço da construção do novo Centro Pediátrico “não desapareçam” com a nomeação de Marta Temido.

Segundo Jorge Pires, os contornos do atraso nas obras da ala pediátrica do Hospital São João “são do conhecimento” da nova ministra da Saúde, enquanto ex-presidente da Associação de Administradores Hospitalares e da Administração Central do Sistema de Saúde, razão pela qual a APOHSJ decidiu manter a realização do Cordão Humano. “É uma iniciativa apartidária de mobilização da sociedade civil do Porto e norte do país, que se mantém na ordem do dia face às más condições do serviço de internamento e que poderão agravar-se com a chegada do inverno”.

Tal como afirmou aos deputados, na Comissão Parlamentar de Saúde quarta-feira passada, Jorge Pires adverte para a necessidade de um ajuste direto que viabilize de forma urgente a construção da nova ala pediátrica, através da recuperação do projeto aprovado entre o Governo de Passos Coelho, o anterior Conselho de Administração do Centro Hospitalar São João e a associação 'Um Lugar para o Joãozinho'. “O despacho do Governo de fazer tábua-rasa do contrato em vigor é delapidar os €700 mil já investidos no projeto”, diz, sublinhando que começar do zero é “submeter as crianças a internamentos em condições de risco nos próximos oito ou nove anos”.

Recorde-se que na audição parlamentar, o responsável da APOHSJ adiantou que os pais das crianças em internamento estão a ponderar avançar para os tribunais para apurar responsabilidades por parte do Estado e da Administração do São João pela paralisação das obras há três anos, “quando existe um contrato que não caducou e pode ser retomado a qualquer momento desde que haja vontade política”.

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