Sociedade

João Portugal Ramos, retrato de um enólogo

João Portugal Ramos, retrato de um enólogo
Tiago Miranda

É um dos ‘pais’ da nova geração de enólogos que, hoje, está tão na moda. João Portugal Ramos mudou a sina ao Alentejo, deu-lhe vinhos com terroir e inspirou um sem-número de produtores. “Estou a beber aquilo que semeei”, diz o homem que criou o Marquês de Borba. A pensar na reforma, está a arrumar a casa e a passar o testemunho

É um homem de trabalho, diz quem conhece o fundador do grupo que carrega o seu nome. De se erguer cedo e de trabalhar até tarde. Porque assim tem de ser.

Ter um negócio às costas é coisa dura, e ele não o esconde: “Fui muitos anos empregado e agora sou patrão, tenho muita gente a trabalhar comigo, e isso é uma grande responsabilidade. Não há dúvida que fiz uma coisa gira, que me deu imenso prazer construir e que, espero, venha a dar tanto gozo aos meus filhos como me deu a mim. Mas, se pensar bem, era muito mais feliz quando trabalhava para outros. Divertia-me muito mais, dormia muito melhor. Fazia ótimos vinhos e toca a andar para o fim de semana. Não estou arrependido, mas confesso que já tive uma vida mais descansada. Isto consegue ser muito pesado”, assume o enólogo, a quem muitos reconhecem ter transformado a região do Alentejo, ao criar-lhe vinhos próprios, quando, antes, imperava o vinho a granel e nem os distribuidores sabiam de onde ele vinha.

Hoje, tem um pequeno império com dezenas de rótulos que vão da região alentejana ao Minho do vinho verde, passando pela Beira Baixa e pelo Douro, onde, com o amigo José Maria Soares Franco, decidiu criar há uns anos a Duorum, adega e exploração de que tanto se orgulha, por já ter sido galardoada com o melhor projeto europeu de gestão da biodiversidade e paisagem e espaço rural.

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