Sociedade

Proença de Carvalho pede quebra de sigilo para testemunhar na Operação Fizz

Proença de Carvalho pede quebra de sigilo para testemunhar na Operação Fizz
José Carlos Carvalho

Jurista vai pedir à Ordem dos Advogados levantamento do sigilo profissional para testemunhar na Operação Fizz.

Proença de Carvalho pede quebra de sigilo para testemunhar na Operação Fizz

Micael Pereira

Grande repórter

O conteúdo da intercepção telefónica de Figueira com Proença de Carvalho que o colectivo de juízes aceitou agora juntar aos autos parece contradizer as declarações que o advogado tinha feito ao Expresso em maio de 2017, quando foi confrontado com a questão sobre se tinha tido, em alguma momento, qualquer tipo de intervenção no contrato de trabalho entre o antigo procurador do DCIAP e a Primagest.

"Isso são fantasias”, foi como então se referiu às alegações de que teria estado envolvido na revogação desse contrato de trabalho, e que tinham sido mencionadas pela primeira vez no processo quando o juiz Carlos Alexandre, amigo de Figueira, foi ouvido como testemunha ainda durante a fase de inquérito.

Confrontado esta quinta-feira pelo Expresso com o conteúdo da interceção telefónica, Daniel Proença de Carvalho disse que prefere não falar neste momento sobre o assunto. “Não ouvi a escuta e não comento para já”. O advogado diz que, uma vez que vai ser ouvido como testemunha no julgamento da Operação Fizz, irá pedir o levantamento do sigilo profissional à Ordem dos Advogados. “O conhecimento que eu tenha tido relativamente a este tema está sujeito a sigilo profissional e portanto eu tenho de ter a dispensa desse sigilo”, esclareceu.

Em causa está uma escuta telefónica que a advogada de Orlando Figueira (antigo procurador do DCIAP acusado de ter sido corrompido pelo ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente) conseguiu agora trazer para o julgamento e que, na opinião da defesa, ajuda a provar a alegada intervenção de Daniel Proença de Carvalho na revogação do contrato de trabalho que justificou o pagamento ao magistrado de 630 mil euros, dinheiro que o Ministério Público vê como subornos.

Na breve conversa entre os dois (ler aqui), o advogado reconhece que teve uma “intervenção recente”.

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