A época natalícia é das alturas do ano que mais chama a atenção para os outros e para as instituições de solidariedade. Há, porém, muita gente a fazer o bem o ano inteiro. Atentos aos problemas da sociedade, são cada vez mais os que se mobilizam para dar um pouco de si aos que nada têm. É o caso do chef italiano Massimo Bottura, mais conhecido por ter um restaurante de 3 estrelas Michelin em Modena, Itália, o "Osteria Francescana", mas que tem, desde 2015, um "Reffetorio Ambrosiano" que dá de comer aos pobres, muitos dos quais sem-abrigo.
O chef de 55 anos, que cobra uma média de 250€ por refeição no seu restaurante de Modena, vê nas sobras alimentares um desafio à criatividade dos cozinheiros. "Sempre considerei as migalhas de pão, os tomates e as bananas demasiado maduras como boas oportunidades", conta. O seu projeto, apoiado pela fundação Cáritas, está agora em vias de ser "exportado". Para o ano, Bottura quer abrir dois espaços com a mesma filosofia em Paris e em Nápoles. Desengane-se quem aqui vir alguma semelhança com a sopa dos pobres. Neste "restaurante", como faz questão de lhe chamar Massimo Bottura, ninguém faz fila, e todos são servidos à mesa. A capacidade é limitada a 96 comensais por dia. Os responsáveis pela iniciativa acreditam que gestos como estes podem restaurar alguma da auto-estima perdida devolver alguma confiança a quantos venham a usufruir daquelas refeições especiais.
A FAO, organização das Nações Unidas para a Alimentação, estima que um terço da produção alimentar mundial, equivalente a cerca de 1,3 biliões de toneladas por ano, sejam desperdiçadas ou perdidas. Se cada um de nós fizer a sua parte, poderemos andar de consciência mais tranquila, o ano inteiro.
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