Sociedade

Câmara de Lisboa restringe horário da discoteca onde segurança foi morto a tiro

Várias irregularidades detetadas no estabelecimento e um pedido por parte da Polícia de Segurança Pública levaram a autarquia a restringir horário da discoteca Barrio Latino. Um segurança de 42 anos morreu sexta-feira depois de ter sido baleado por um cliente

A Câmara de Lisboa vai restringir o horário da discoteca Barrio Latino, onde um segurança foi morto a tiro, após um pedido da Polícia de Segurança Pública (PSP) e de ter constatado irregularidades. O anúncio foi feito este sábado, numa nota enviada à agência Lusa.

A autarquia indica que "o estabelecimento Barrio Latino tem em curso várias contraordenações de autos de notícias elaborados após fiscalização da Polícia Municipal", bem como "um pedido de restrição de atividade para limitar o horário de funcionamento, por parte da PSP, por perturbação da tranquilidade pública".

Por essa razão, o município "irá proceder à restrição de horário solicitada pela PSP, como aliás sempre o fez", acrescenta, assegurando que "apoiará outras decisões que possam ser exercidas pelas autoridades nacionais por razões de segurança interna".

A autarquia relembra que o fez aquando do encerramento da discoteca Urban por decisão do Ministério da Administração Interna, estabelecimento próximo do Barrio Latino e que esteve envolto em polémica há cerca de um mês por agressões de seguranças a dois jovens nas imediações do espaço.

O segurança, de 42 anos, morreu esta sexta-feira no Hospital de S. José, em Lisboa, depois de ter sido baleado na cabeça. De acordo com o Comando da PSP, foi atingido na cabeça por um dos frequentadores da discoteca Barrio Latino, na zona portuária de Santos, na capital, que tinha sido expulso da discoteca depois de desacatos no interior.

"Os seguranças expulsaram do interior da discoteca um grupo de pessoas que se envolveu num desentendimento, e uma dessas pessoas, já no exterior, foi à sua viatura buscar uma arma de fogo com a qual atingiu o segurança, que foi transportado numa viatura particular para o Hospital de S. José, onde infelizmente, veio a falecer", disse à Lusa fonte do comando da PSP de Lisboa.

Nuno Cardoso era funcionário da empresa LB - Segurança, tinha 42 anos e deixa dois filhos menores. As autoridades garantem que era portador de identificação oficial da atividade que exercia.

Entretanto, o Diário de Notícias avança este sábado que a Polícia de Segurança Pública já tinha feito vários pedidos à Câmara Municipal de Lisboa para que fosse retirada a licença à discoteca Barrio Latino.

De acordo com este jornal, já eram recorrentes os distúrbios relacionados com armas e drogas naquele espaço de diversão nocturna. A PSP teria também já chamado a atenção para o facto dos elementos de segurança no local serem insuficientes para a lotação da Barrio Latino, que pode chegar às 600 pessoas.

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