Sociedade

A segunda vida do Note

O Galaxy Note 8 é um smartphone que volta a quebrar alguns recordes, mas que revela uma Samsung mais cautelosa. Este terminal é, basicamente, um Galaxy S8 ao qual foi necessário fazer alguns ajustes

d.r.

O ano passado, em agosto, testámos durante duas semanas o Note 7. O smartphone que a Samsung assumia como uma joia da coroa. Aquele era o terminal onde a empresa tinha colocada todo o seu engenho. E o Note 7 não defraudava. Durante os testes, brilhou como nenhum outro (até aquela altura) e recebeu o símbolo “Recomendado” da Exame Informática.

O pior veio depois e a história já foi contada e recontada. Terá sido um dos momentos mais dolorosos na cronologia da empresa coreana - descontando a recente prisão de um dos elementos da família que detém a Samsung. O Note 7 foi retirado do mercado e ficou a dúvida se a empresa iria continuar a fabricar esta linha. Sim, continuou e o resultado final materializa-se neste Galaxy Note 8 que aqui testamos. Um smartphone que volta a quebrar alguns recordes, mas que revela uma Samsung mais cautelosa. Este terminal é, basicamente, um Galaxy S8 ao qual foi necessário fazer alguns ajustes. Mas vamos ao teste.

E dura, e dura… e dura!

Agarre num S8+. Agora, imagine um telefone que é marginalmente mais alto e pouco, mas mesmo muito pouco, mais largo. Junte-lhe mais uns gramas e um ecrã com cantos mais quadrados. Aí está o Note 8. Os telefones são mesmo muito parecidos no design. Mas há diferenças. Este é o primeiro smartphone da Samsung a utilizar uma câmara dupla e nunca o fabricante coreano integrou um ecrã tão grande. Já vamos esmiuçá-las. Terminemos primeiro as semelhanças entre os topos de gama da Samsung. Por dentro, é o mesmo processador que os motoriza (Exynos 8895) e o mesmo armazenamento base (64 GB). Para lidar com as funcionalidades do Note 8 (que tem uma vertente mais profissional), a Samsung foi mais generosa na memória RAM e este vem com 8 GB. Achamos que é mais marketing que outra coisa. Mesmo tendo em conta que o sistema Android é menos eficiente que o iOS, basta pensar que o novo iPhone X tem, a confiar no que foi avançado, “apenas” 3 GB de RAM. E os resultados dos testes comprovam que não há grandes alterações no desempenho do Note 8 e do S8+. Ou seja, ambos são uns monstros cheios de capacidade. Aliás, os mais poderosos do momento. Onde o Note 8 passa o S8 é no teste de autonomia. O benchmark marca mais de 9 horas, um recorde no nosso laboratório. Em utilização intensiva, real, conseguimos fazer 1 dia e meio. Bom, tendo em conta a dimensão do ecrã.

Ecrã, a pièce de résistance do Note

As 6,3 polegadas deste ecrã são impressionantes. A forma como mostram todo o detalhe envolto num mundo repleto de cores luxuriantes iluminado por uma luz generosa. É uma experiência visual muito conseguida que vai até aos limites do chassis. É uma janela grandiosa que não tem, neste momento, rival nos dispositivos que estão nas lojas portuguesas. A capacidade de poder executar duas apps em simultâneo ganha aqui mais relevância e, apesar do formato muito retangular (18.5:9), é um gosto ver vídeos neste ecrã. Sim, o ecrã é o grande destaque do telefone, mas com ele vem uma das principais condicionantes do dispositivo: temos de usar, quase sempre, ambas as mãos para interagir com o Note. E, realçamos, o facto de o telefone ser mais quadrado faz com que não seja tão confortável de segurar - quando comparado com o S8+. Infelizmente, a Samsung não aproveitou este terminal para resolver a colocação do sensor biométrico. Este botão está, à semelhança do que acontece no S8, na parte detrás do chassis e muito perto do flash da câmara. Moral da história: estamos sempre a colocar o dedo de forma errada. Não havia necessidade.

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