Sociedade

Governo garante que venda do Novo Banco não terá impacto nas contas públicas

Governo garante que venda do Novo Banco não terá impacto nas contas públicas
Nuno Botelho

Ministério das Finanças diz acreditar que as negociações em curso com a Lone Star permitirão assegurar a “continuidade estável e duradoura” do Novo Banco e a estabilidade do sistema financeiro

O Governo garantiu esta quinta-feira que a venda do Novo Branco a privados não terá impacto nas contas públicas ou encargos para os contribuintes e acautelará a estabilidade do sistema financeiro, um dia depois de ser anunciado que a Lone Star é a mais bem colocada.

O Banco de Portugal anunciou na quarta-feira que vai convidar o fundo norte-americano para um "aprofundamento das negociações" e hoje o Ministério das Finanças manifesta esperança que "o aprofundamento das negociações que agora se inicia permita concluir com celeridade este processo" e ultrapassar as condicionantes existentes.

O Ministério das Finanças adianta ainda estar a analisar em detalhe a informação enviada pelo Banco de Portugal, destacando "existirem neste momento várias propostas para a aquisição do Novo Banco".

O gabinete de Mário Centeno acredita que as negociações em curso com a Lone Star permitirão assegurar "a continuidade estável e duradoura da instituição financeira" do Novo Banco e "com papel muito relevante no financiamento da economia e, em especial, das Pequenas e Médias Empresas".

"Este processo de venda a investidores privados deve assegurar que não existirá impacto nas contas públicas ou encargos para os contribuintes, sendo também importante assegurar que a operação de venda acautele o impacto nas responsabilidades do sistema financeiro para com o Fundo de Resolução, salvaguardando assim a estabilidade do sistema no seu conjunto", lê-se no comunicado enviado hoje pelas Finanças.

"O Governo toma também boa nota de que o Banco de Portugal considera que as propostas envolvem algumas condicionantes, mas que os potenciais investidores manifestaram desde já disponibilidade para aprofundar as negociações no sentido dessas condicionantes serem ultrapassadas", acrescenta.

O Novo Banco foi criado no início de agosto de 2014 na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES).

Em 3 de agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES), depois de a instituição ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.
No chamado 'banco mau' ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.

No 'banco bom', o banco de transição designado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.
Em dezembro de 2015 foram prolongadas as garantias estatais ao Novo Banco e a data limite para a sua venda foi estendida, por acordo com a Comissão Europeia, até agosto de 2017.

A instituição financeira está em processo de venda. Entre os concorrentes estão os fundos chinês China Minsheng e norte-americanos Lone Star e Apollo.

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