O ministro da Defesa continua politicamente determinado em que a investigação aos trágicos incidentes no curso 127 de Comandos seja levado até às últimas consequências, mas recusa em absoluto que tal possa ser interpretado pela opinião pública como uma condenação prévia aos sete militares detidos esta quinta-feira.
“Não acredito que nenhum responsável politico deixasse de adotar, perante os factos que são conhecidos, a mesma determinação que já tive oportunidada de manifestar publicamente”, declarou Azeredo Lopes à margem da visita que realiza esta quinta-feira a São Tomé e Príncipe.
“Acredito profundamente no princípio de separação de poderes e acredito que num caso com a gravidade deste, que suscitou esta investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária Militar, não há ninguém que não se empenhasse na aclaração dos factos”, sublinhou o ministro da Defesa.
Azeredo Lopes insistiu no seu empenho politico, “que não concebo que pudesse ser de outra forma, para que estes factos fossem devidamente aclarados e avaliados por quem de direito, neste caso no quadro da investigação criminal”, mas quis também “deixar claro que não estou a presumir rigorosamente nada”. “Num caso desta natureza, com o impacto que teve, onde está em causa a perda de duas vidas e perigo para outras, é muito importante que se saiba o que aconteceu, como aconteceu, e se for caso disso, quem deve ser responsabilizado”, frisou.
“Compreenderão que não me caiba pronunciar sobre a natureza das ações hoje divulgadas e muito menos sobre a qualificação dos factos”, rematou o ministro na breve declaração aos jornalistas, feita na biblioteca do Centro Cultural Português em São Tomé.
Azeredo Lopes viajou esta quarta-feira para São Tomé e Príncipe, para se reunir com o seu homólogo Arlindo Ramos e debater, entre outros assuntos, o novo programa-quadro no âmbito da cooperação técnico-militar, que irá substituir aquele que foi provisoriamente assinado em 2015.
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