Milhares saem à rua em defesa dos colégios privados
A manifestação é promovida pelo movimento Defesa da Escola Ponto, que estima que o protesto tenha trazido cerca de 36 mil pessoas às ruas de Lisboa, vindas dos mais variados pontos do país
A manifestação é promovida pelo movimento Defesa da Escola Ponto, que estima que o protesto tenha trazido cerca de 36 mil pessoas às ruas de Lisboa, vindas dos mais variados pontos do país
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Milhares de pessoas com t-shirts amarelas estão concentradas este domingo frente à Assembleia da República, em Lisboa, numa ação contra as alterações aos contratos de associação que o Governo quer aplicar.
O protesto trouxe à capital pessoas de norte a sul do país, que erguem cartazes onde se leem frases como “Não matem o interior”, “A escola do Estado sai-nos cara”, “Onde não há escolha não há liberdade” e “Os nossos impostos podem escolher?”. Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, aparece num cartaz que diz “Noivas de Santo António - poliamor”, ao lado de Mário Nogueira e da secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, os três vestidos de noiva.
O amarelo das roupas dos manifestantes foi a cor escolhida pelo movimento que promove a manifestação, o Defesa da Escola Ponto, que estima que o protesto tenha trazido cerca de 36 mil pessoas às ruas de Lisboa, vindas dos mais variados pontos do país. Os manifestantes trazem bombos e tambores e quase todos têm um cravo amarelo na mão, ao mesmo tempo que vão gritando palavras de ordem, diz a Lusa.
Aos jornalistas, Manuel Bento, porta-voz do movimento, faz o balanço da iniciativa. “Estão aqui 36 mil pessoas contadas ao metro quadrado. Esperemos que o Ministério da Educação e o Governo entendam isto como um sinal que as famílias lhes estão a dar e revoguem o despacho, cumpram os contratos e se sentem à mesa das negociações”, disse, garantindo que, se nada for feito, "cá estaremos novamente daqui a uns dias”.
Antes de se concentrarem em frente à Assembleia, muitos participantes reuniram-se na Avenida 24 de Julho e também na Avenida D. Carlos I, onde chegaram de autocarro. Só de Cernache, em Coimbra, vieram 11 autocarros com mais de 500 pessoas. Outros chegaram a Lisboa num comboio especial - “Comboio da Liberdade” - fretado pelo movimento Defesa da Escola Ponto, que partiu de Braga às 7h30 e fez duas paragens, em Famalicão e Santa Maria da Feira, para recolher mais pessoas.
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) anunciou entretanto uma manifestação para 18 de junho em defesa da escola pública. De acordo com a informação do comunicado, por trás deste movimento estão cidadãos e cidadãs, organizações e entidades diversas da sociedade portuguesa que estão a promover uma petição “que reúne já dezenas de milhares de assinaturas e cujos contornos serão oportunamente divulgados”.
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