Sociedade

BE lança campanha “Jesus também tinha dois pais”

O BE admite que o cartaz, com a imagem de Jesus Cristo, poderá motivar polémica
O BE admite que o cartaz, com a imagem de Jesus Cristo, poderá motivar polémica
DR

A partir de sábado, o Bloco de Esquerda lança uma campanha para celebrar o triunfo de dia 10 de fevereiro: data em que foi aprovada a adoção por casais do mesmo sexo

BE lança campanha “Jesus também tinha dois pais”

Fábio Monteiro

Jornalista

"Jesus também tinha dois pais." Eis como começar uma polémica. Sábado, as ruas de Portugal vão ficar mais coloridas: o Bloco de Esquerda vai lançar uma série de cartazes, autocolantes e outdoors, para assinalar a data de 10 de fevereiro de 2016, dia em que foi aprovada a adoção por casais do mesmo sexo.

Entre os cartazes que têm como objetivo promover a "igualdade" de famílias diferentes, destaca-se um com fundo cor-de-rosa e com a mensagem “Jesus também tinha dois pais – Parlamento termina discriminação na lei da adoção”, que começou a circular na internet desde o final do dia de quinta-feira. Este criou, é claro, reações extremadas dois lados da barricada. Sandra Cunha, deputada do Bloco de Esquerda, assegura que a polémica que possa surgir é “bem-vinda”, porque faz com que as pessoas discutam o tema.

A deputada do BE garantiu ao “Público” desta sexta-feira que a imagem de Jesus Cristo não pretende ofender a Igreja nem a religião. É apenas uma forma de “mostrar às pessoas” que “sempre existiram famílias diferentes”. Quanto aos dois pais de Jesus que o cartaz refere, Sandra esclarece que são o “o pai espiritual e o pai terreno”.

Também está prevista uma sessão pública para discutir o tema, em data a anunciar.

“A campanha marca esta conquista enorme do fim da discriminação na lei contra famílias e crianças por causa da orientação sexual das pessoas. É uma conquista histórica da sociedade portuguesa. Mas consideramos que, apesar de esta conquista na lei ter sido o culminar de uma série de reivindicações, importa ainda continuar esta batalha na sociedade: mudar mentalidades, destruir preconceitos, chamar a atenção para estas questões”, explicou Sandra Cunha, em declarações ao “Público”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate