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Quem foram os últimos presos da PIDE, quando já havia cravos nas ruas

“Forças de Cavalaria, de Infantaria e da Marinha ocupam as entradas da Rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da PIDE/DGS”, escreveu, na altura, o jornalista Adelino Gomes na legenda desta imagem, captada a 26 de abril de 1974
“Forças de Cavalaria, de Infantaria e da Marinha ocupam as entradas da Rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da PIDE/DGS”, escreveu, na altura, o jornalista Adelino Gomes na legenda desta imagem, captada a 26 de abril de 1974
Alfredo Cunha/Casa Comum/Fundação Mário Soares

Passava das 13h30 do dia 25 de abril de 1974. José Francisco Custódio e Rogério Galvão foram os últimos dois detidos pela PIDE/DGS na sede da polícia política do Estado Novo. Nunca se aperceberam muito bem do perigo que correram nas primeiras horas da Revolução. O Expresso revela ainda um depoimento inédito do diretor da PIDE sobre os acontecimentos desse dia

Quem foram os últimos presos da PIDE, quando já havia cravos nas ruas

Vítor Matos

Jornalista

O ambiente era perigoso, de fim de regime. Seis ou sete homens conversavam, nervosos, no rés do chão do edifício, quando há minutos o ódio do povo já se tinha manifestado na rua com gritos de “morte à PIDE!” Queriam caçá-los. Lidavam com a ansiedade dos momentos finais, quando não se sabia para que lado ia cair a velha ditadura. Um careca encorpado de fato escuro e mãos atrás das costas caminhava de um lado para o outro: “Tenham calma, tenham calma!” Outro homem, muito magro, de fato branco completo, preparava-se para interrogar os dois jovens apanhados à mão por um agente, a coscuvilhar à porta da sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.

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