O ambiente era perigoso, de fim de regime. Seis ou sete homens conversavam, nervosos, no rés do chão do edifício, quando há minutos o ódio do povo já se tinha manifestado na rua com gritos de “morte à PIDE!” Queriam caçá-los. Lidavam com a ansiedade dos momentos finais, quando não se sabia para que lado ia cair a velha ditadura. Um careca encorpado de fato escuro e mãos atrás das costas caminhava de um lado para o outro: “Tenham calma, tenham calma!” Outro homem, muito magro, de fato branco completo, preparava-se para interrogar os dois jovens apanhados à mão por um agente, a coscuvilhar à porta da sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt