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Alimentos ultraprocessados: ameaças à saúde ou reflexo inevitável da vida moderna?

Alimentos ultraprocessados: ameaças à saúde ou reflexo inevitável da vida moderna?

Apontados pela ciência como ameaça à nossa saúde, os alimentos ultraprocessados têm um outro lado, de conveniência e preço. Alguns nutricionistas propõem uma abordagem menos moralista e lembra o peso cultural destes alimentos, ligados à memória e ao conforto

Alimentos ultraprocessados: ameaças à saúde ou reflexo inevitável da vida moderna?

Rafael Tonon

Jornalista de Gastronomia. Escreve para a “Eater”, “Folha de São Paulo” e “Washington Post” em Madrid

Nos últimos dois anos, nenhuma empresa farmacêutica lucrou tanto — e tão rapidamente — quanto a Novo Nordisk. Impulsionada pela procura global por medicamentos como o Ozempic e o Wegovy, indicados para o controlo da diabetes tipo 2 e, mais recentemente, amplamente utilizados para emagrecimento, a gigante dinamarquesa quase duplicou os seus lucros e retornos de investimento em 2024, atingindo um recorde de 60 mil milhões de coroas dinamarquesas (quase 8 mil milhões de euros) — um salto de 92% face ao ano anterior —, ultrapassando colossos como a Tesla e a LVMH. O sucesso estrondoso destes fármacos, baseados na molécula semaglutida, transformou a luta contra a obesidade (ou simplesmente contra alguns quilos a mais) num negócio bilionário. Mas foi precisamente através da sua fundação filantrópica, com a alegada missão de financiar pesquisas em saúde e biociência com potencial de impacto global, que a empresa entrou num território inesperado e controverso: a classificação dos alimentos.

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