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“Em Macau eu tinha problemas na execução do orçamento, havia dinheiro a mais”: entrevista de vida a Carlos Monjardino

“Em Macau eu tinha problemas na execução do orçamento, havia dinheiro a mais”: entrevista de vida a Carlos Monjardino

Presidente da Fundação Oriente desde 1988, o antigo secretário-adjunto e governador substituto de Macau abre o livro. Episódios da vida de um homem que correu por conta própria, mas que fez do clã Monjardino o seu maior legado

“Em Macau eu tinha problemas na execução do orçamento, havia dinheiro a mais”: entrevista de vida a Carlos Monjardino

Tiago Miranda

Fotojornalista

Recebe-nos no gabinete da Fundação Oriente, nas costas do rio Tejo. Afável, vai respondendo a todas as perguntas, ainda antes de a entrevista começar “oficialmente”. É um profissional das conversas com jornalistas, anda nisso há muitos anos. Não recusa qualquer questão, mas parece preservar-se sempre, como se navegasse em águas profundas, para as quais nem todos estão convidados. Sentámo-nos num sofá, mais confortável e informal do que a mesa de trabalho. Falámos dos filhos, ele que teve quatro biológicos e acolheu oito irmãos que a vida desfavoreceu. Assume que foi um “pai-avô” da última filha, Carlota, que nasceu já o gestor tinha 60 anos. “Ela faz gato-sapato de mim”, conta com inegável prazer. “A conversa dela comigo é completamente diferente dos outros filhos. Manda-me fazer coisas e eu faço.” Avô de “cinco netos biológicos e cinco não biológicos”, percebe-se que é da família aquilo de que mais gosta de falar. “Estou à espera de ver se rapidamente sou bisavô. Até lancei um repto: o primeiro que me oferecer um, recebe um apartamento. Agora, engravidem!” Mas os seus prazeres também passam pelos automóveis que coleciona e cujo número exato não revela. Nenhum é de fabrico chinês. Nem elétrico. É um homem com gostos fiéis, como ao MG que recebera do pai e vendera por não ser um “carro de família” e que, décadas mais tarde, conseguiu recomprar. “Estava muito estimado, foi bom recuperá-lo.” Abordadas as escolhas privadas, era altura de falar da vida e das opções públicas. Lá fora, chovia, ali dentro, conversava-se em português sobre os vários cantos do mundo e do percurso de Carlos Monjardino.

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