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Onde páram as guitarras de Carlos Paredes? Viagem ao mundo da “outra metade” de um músico genial

Onde páram as guitarras de Carlos Paredes? Viagem ao mundo da “outra metade” de um músico genial
D.R.

Carlos Paredes viveu para a guitarra de Coimbra, que herdou e desenvolveu. No centenário do seu nascimento, o Expresso partiu em busca dos instrumentos do músico. E descobriu que cada um conta uma história muito particular

Olha-se para a fotografia e não se percebe, como na realidade não se percebeu e jamais se perceberá, se a guitarra era uma extensão de Carlos Paredes (1925-2004) ou se ele era um prolongamento da guitarra. Tinha aquela forma muito especial de a abraçar, de respirar perto dela, de lhe exigir até as cordas se romperem. Para onde quer que fosse, conjuntos de cordas avulso iam sempre com ele — num saco de plástico do qual não se separava durante a viagem de avião, para contornar um eventual extravio de bagagem, no estojo da guitarra caso se deslocasse dentro do país. Se uma corda se partisse a meio de um concerto, trocava-a na hora, quase com a picardia de quem foi ‘apanhado’ num imprevisto e precisasse da compreensão do auditório para o contornar. Com naturalidade, metia conversa com o público, e tal interrupção não feria o alinhamento. Fazia parte dele, tanto quanto o pode fazer a relação íntima e orgânica entre um músico e o seu instrumento.

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