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A inacreditável história das carreteiras, mulheres de Portugal que levavam o peso do mundo à cabeça

INDÚSTRIA. Operárias numa fábrica do concelho de Paredes na década de 1980
INDÚSTRIA. Operárias numa fábrica do concelho de Paredes na década de 1980
Câmara Municipal De Paredes

Na primeira metade do século XX, mulheres e meninas carregavam cadeiras empilhadas, mesas, roupeiros, todo o tipo de móveis que os marceneiros de Paredes, no distrito do Porto, tinham de despachar para cidades distantes. Falámos com Maria e Idalina, duas dessas mulheres de força

Polidas pelo labor da síntese ou para não estalar o verniz do statu quo, as narrativas históricas eternizam os feitos louváveis dos grandes líderes e olvidam o discreto papel transformador dos comuns mortais. A sociedade organiza-se hierarquicamente como um formigueiro: a rainha, a única que pode ser fertilizada, assegura a reprodução e a continuação da linhagem, enquanto as operárias ficam encarregadas de todas as tarefas quotidianas, como cuidar dos ovos da monarca, zelar pela defesa e manutenção da colónia e garantir o transporte de alimento. Por carreiros, em fila, as formiguinhas trabalhadoras carregam um peso bem maior do que a sua frágil anatomia aparenta permitir. Em vários momentos, qualquer pessoa que esteja a ler este texto já se sentiu uma formiga operária, uma peça desvalorizada na engrenagem de um sistema maior.

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