Exclusivo

+E

“O contacto com familiares potencia emoções. Sem histórico, o doente é um enigma”: as novas estratégias na guerra contra o Alzheimer

“O contacto com familiares potencia emoções. Sem histórico, o doente é um enigma”: as novas estratégias na guerra contra o Alzheimer

Enquanto familiares e cuidadores desesperam, cientistas e médicos tentam deslindar os mistérios do Alzheimer. Em Portugal há 200 mil pacientes de demências, nem todos com lugar em lares especializados nem tratados de acordo com as regras da não contenção física e química. A Organização Mundial da Saúde 
diz que é tempo de encontrar alternativas

E num dia como os outros, Armando acordou sem saber onde estava, quem era e o que tinha de fazer. Na noite anterior, ainda se deitou com a fama de “computador” devido aos resultados obtidos com uma equipa de 25 comerciais, mas naquela manhã levantou-se guiado pelo espanto para ir à cozinha e descobrir que não reconhecia a mulher, e que até o nome com que o tinham registado 68 anos antes tinha desaparecido da cabeça. Passados dois anos, escolher um nome fictício para uma reportagem poderia ser só mais uma ocorrência plausível, mas a bonomia de “Zé dos Anzóis” ou “João da Carica” ficou descartada à partida. De súbito, Benjamim, que também participou na entrevista e que, pelos mesmos motivos, acabou com nome fictício, desbloqueia o impasse. “Somos os camaradas do Alzheimer!” Naquela sala eram apenas dois, mas no resto do país há pelo menos 200 mil doentes de demência que poderiam contar histórias parecidas.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: senecahugo@gmail.com

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate