Na sua “Descrição de Lisboa”, Damião de Góis escreveu que do vale de Santo Antão, repleto de pomares e hortas, para o vale e encosta da Mouraria distavam poucos passos, bastando atravessar a praça onde estava a leprosaria e a feira do gado. A capital era então “um regalo para o espírito contemplar”, com colinas e vales de olivais e campos lavrados, conventos, igrejas e um casario disperso dentro e fora da muralha fernandina. “Muitos estrangeiros, vindos de nações diversas e de regiões muito afastadas, atraídos pela pureza do clima, para aqui imigram, abandonando o seu torrão natal e os cuidados da sua pátria, e aqui fixam residência definitiva e domicílio vitalício”, escrevia o autor renascentista.
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