Eu não causo inquietação. Eu sou a inquietação.” É assim, com um misto de satisfação e melancolia, que a personagem principal do blockbuster “Wicked” se define. Em algumas traduções, a essência de Elphaba, a Bruxa Má do Oeste, é “comoção”. Em outras, “caos”. Sempre a turbulência, o descontrolo. Associadas a uma multidão de nomes e estéticas, as bruxas são belas e horrendas, complexas e banais. Estão nas pinturas antigas, nas iluminuras medievais, espalham-se pelo imaginário literário, estão na música, reivindicam origens pré-gregas, egípcias, sumérias, celtas, assentam raízes na Sibéria, foram duramente perseguidas na Europa Central. Como se autodefine a verde figura de “Wicked”, são ambíguas na forma e obscuras no conteúdo. Confundem e atraem. Seduzem.
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