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Da Palestina à Colômbia: como os conflitos causam fome e promovem o ecocídio

Da Palestina à Colômbia: como os conflitos causam fome e promovem o ecocídio
Marcus Yam/Los Angeles Times

Os conflitos ao redor do mundo não só limitam o acesso à comida, levando milhares de pessoas à fome, mas também causam a destruição de alimentos essenciais — muitas vezes, de forma irreversível. Onde os bombardeamentos ocorrem, culturas alimentares inteiras podem desaparecer. Como os confrontos promovem o ecocídio e a perda de dignidade à mesa, um míssil de cada vez

Da Palestina à Colômbia: como os conflitos causam fome e promovem o ecocídio

Rafael Tonon

Jornalista de Gastronomia. Escreve para a “Eater”, “Folha de São Paulo” e “Washington Post” em Madrid

Na foto, seis pequenas velas acesas estão espetadas num coração feito de areia — tal como os castelos construídos pelas mãos dos nossos miúdos nas praias do Algarve —, ao redor do qual uma dezena de crianças se reúne. Provavelmente, é o aniversário de uma delas e todos estão ali para cantar os devidos ‘Parabéns a Você’ pela comemoração que não foi esquecida. As guerras escurecem os dias, mas não são capazes de apagar as datas. Na publicação feita no X (antigo Twitter), o utilizador @ihcentoo, que reúne conteúdos publicados por habitantes da Faixa de Gaza, escreve na legenda: “Foda-se, um mundo onde as crianças fazem bolos de aniversário com areia.” Mais adiante, explica que no estado de sítio em que Gaza tem sido mantida há tanto tempo, guloseimas e snacks foram banidos de entrar na região — afinal, não são comidas essenciais — e muitas vezes têm de ser contrabandeados através de túneis subterrâneos para chegar às mãos de algumas crianças felizardas. No aniversário celebrado no começo de julho, aquelas que estão na foto não tiveram essa sorte.

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