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José Almeida Araújo. As mil estradas de um fingidor que deixou obra

Pouco antes da Revolução de Abril, Almeida Araújo integra na vida familiar um leão bebé, “Chico”, que viverá em Cascais durante um ano, em inteira liberdade. Um pequeno incidente com uma das filhas, Gaya, fê-lo recear e o leão foi entregue ao jardim zoológico. A família adota a seguir uma chita do Quénia
Pouco antes da Revolução de Abril, Almeida Araújo integra na vida familiar um leão bebé, “Chico”, que viverá em Cascais durante um ano, em inteira liberdade. Um pequeno incidente com uma das filhas, Gaya, fê-lo recear e o leão foi entregue ao jardim zoológico. A família adota a seguir uma chita do Quénia

Não nos deixemos enganar pela aparência de estrela de cinema. José Almeida Araújo era um mau fingidor que se entregou com paixão e descaso à pintura, fotografia e escultura. Um não-arquiteto que fez arquitetura e deixou obra

José Almeida Araújo. As mil estradas de um fingidor que deixou obra

Joana Leitão de Barros

Jornalista e Escritora

Talvez seja preciso ser homem para o entender. Ou não. Porventura, é preciso ser mulher para ver o quanto os seus cinco casamentos foram derradeiros e catalisadores das várias vidas que cabem na existência de um século de José de Harry de Almeida Araújo. Poderíamos começar pela sua mãe, Vilma, a alemã judia que abandonou Berlim fugindo das perseguições nazis, de quem ele pouco falava. Ou sentarmo-nos a ouvir qualquer uma das seis filhas, que se habituaram a vê-lo entregue a cada projeto e ideia, em paixão. José de Almeida Araújo (1924-2024) tencionava estudar arquitetura, a profissão do pai, quando o chumbo no exame de admissão, em Desenho Livre, o lançaria num caminho cosmopolita e fora de estrada. Que se fez de conversas com André Malraux e Le Corbusier, de cumplicidades com Errol Flynn, Jean Cocteau e Marcel Pagnol. E de perturbações em dias soalheiros do Sul de França, olhando Picasso e Jean Simmons.

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