Quando o peixe começa a faltar na mesa dos portugueses, o país inunda-se de carrinhas frigoríficas que pretendem contornar a escassez e o aumento de preços. Estamos no final dos anos 60 e o Serviço de Abastecimento de Peixe ao País (SAPP), criado em 1956, adquire novas valências — entre elas, a de “conservar, distribuir e vender por grosso e a retalho, direta ou indiretamente, o pescado”, incluindo-se a “venda em postos móveis de distribuição”. O regime de Marcello Caetano começa também a recuperar uma máxima que vinha do salazarismo — ‘quando não há, importa-se’ —, assente numa lógica que recorria aos postos reguladores de venda de alimentos, como de frutas e legumes, importados e disponibilizados no mercado nacional para controlar os preços e a impaciência popular.
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