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Ser ou não ser português: a luta pela sobrevivência dos judeus sefarditas

Refugiados judeus em Lisboa aguardam a partida de um barco com destino aos EUA
Refugiados judeus em Lisboa aguardam a partida de um barco com destino aos EUA
ullstein bild via Getty Images

Aceites durante décadas como portugueses, os judeus sefarditas de Salónica e da Turquia viram no final da II Guerra Mundial ser-lhes retirada a nacionalidade. Resgatados por um particular, os processos aguardam a integração num arquivo que os preserve. São 132 pastas do consulado de Paris que nos contam a saga de quem, durante dez anos, viveu no limbo das nacionalidades

Aburocracia e/ou a falta de espaço dita, por vezes, a destruição de arquivos tanto de organismos públicos como de privados. Na década de 1980 foi vendida a peso toda a documentação relativa ao racionamento durante a II Guerra Mundial. Mas não foi caso único. Por essa altura, ou mesmo um pouco antes, terão sido também mandados deitar fora alguns dossiês dos consulados portugueses. No caso de Paris, houve documentação salva graças ao gesto de quem tinha ordem para a deitar fora e a entregou a quem a podia acolher e proteger. É um espólio interessante, constituído por mais de uma centena de processos de reconhecimento de nacionalidade de judeus sefarditas e está agrupado em três grossas pastas forradas a pano cinzento com cinta e fivela de metal. Nas lombadas, a vermelho, pode ler-se “Israelitas”. O tamanho e o interesse dos processos individuais são, no entanto, variáveis. Se alguns pouco mais têm que uma folha, outros são mais complexos e chegam a ter 40 páginas. Quase todos transmitem a mesma estupefação.

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