1963-2025 Jornalista indissociável do semanário “Blitz”, que integrou de 1986 a 2006, foi chefe de redação da mais importante publicação portuguesa dedicada à música e à cultura jovem na maior parte da existência desta em formato de jornal. Absurdamente cortês, admirador incondicional dos fugazes mas seminais Joy Division, afeição que não disfarçava até na forma como se apresentava — o ‘dress code’ preto, o cigarro permanentemente preso entre os dedos — viria a integrar no seu cânone o gosto por fado e ‘world music’, saberes que pôs ao serviço de uma visão crítica tantas vezes reconhecida como justa até pelos alvos mais difíceis da sua veia. No seu mister foi dos melhores: ajudou a credibilizar o jornalismo musical numa era de parca profissionalização, formando também várias fornadas de escribas que nele viram sempre um chefe rigoroso mas dotado de sentimentos, nunca um gestor embrutecido pelo poder da função. Formou-se em Cinema e Teatro, deu aulas na ETIC e na Restart, foi DJ em festivais, escreveu livros sobre o Quarteto 1111 e os ‘mistérios’ das músicas do mundo, voltaria à crítica na “Blitz” (já revista) na segunda década do século XXI. Talvez não imaginasse quanto nos tocou. Luís Guerra
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