Rogério Ceitil

1937-2025 Realizador português, responsável pela direção de duas das séries televisivas mais marcantes das décadas de 70 e 80. Primeiro, fez “Zé Gato”, protagonizado pelo também falecido Orlando Costa e escrita por Dinis Machado e João Miguel Paulino. O protagonista era um polícia que usava métodos pouco ortodoxos para combater o crime na sociedade pós-25 de Abril e o tom realista e duro da obra foi uma espécie de pedrada no charco da quadrada televisão portuguesa. A série durou dois anos, teve duas temporadas, como se diria hoje, e colocou o nome do esquivo realizador no palco da fama. Depois, realizou “Duarte & Companhia”, série policial mais humorística que teve ainda mais sucesso popular do que “Zé Gato”. A química da dupla de protagonistas Rui Mendes e António Assunção (que também entrava em “Zé Gato”) era perfeita e o realizador usou truques lendários para superar a falta de meios: efeitos sonoros “sacados” a filmes americanos ou algodão na boca de um ator para tentar imitar Marlon Brando em “O Padrinho”. Sempre avesso a entrevistas ou exposição pública, fundou nos anos seguintes uma produtora e realizou programas infantis e culturais para a RTP. Dia 9, de causas não reveladas. Rui Gustavo