Armando Carvalhêda

1950-2024 A voz do “Viva a Música”, programa divulgador da música cantada em português, que durante 25 anos — entre 1996 e 2020 — se ouviu ininterruptamente na Antena 1, calou-se aos 73 anos, na sua casa do Meco, em Sesimbra. Considerado na edição de 25º aniversário da “Blitz” uma das figuras mais importantes da música nacional, o radialista para quem “fazer rádio não era profissão” nasceu em Lisboa em 30 de dezembro, tendo passado a infância e adolescência em Setúbal e participado, ainda jovem, em 1967, na criação da primeira estação de rádio pirata do país — o Rádio Clube de Alcácer do Sal, cujas emissões acabaram por uma entrevista a José Afonso ter caído mal ao poder salazarista. Foi na Guiné-Bissau, em 1972, onde fez o serviço militar obrigatório, que iniciou formalmente a carreira, ao ser convocado para um programa das Forças Armadas. Um ano depois ingressava na antiga Emissora Nacional e na década de 80, já na RDP, tornou-se realizador na Antena 1. O “Viva a Música”, feito sempre ao vivo e em direto, tinha produção da filha, Ana Sofia Carvalhêda. Numa mensagem oficial, o Presidente da República lamentou o desaparecimento “de um dos maiores nomes da rádio em Portugal”. “Portugal perde um apaixonado pela rádio”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.