1954-2024 Ativista indiana, distinguiu-se na luta contra as superstições na província onde vivia, Assam, e mais concretamente no combate à caça às bruxas, prática que matou inúmeras mulheres que eram denunciadas por vizinhos e familiares. Ela mesma foi alvo de uma denúncia, mas conseguiu escapar com vida e fundou um movimento contra este costume maligno. De cada vez que sabia de uma denúncia, deslocava-se à aldeia em questão e explicava, simplesmente, que não existem bruxas. Juntou um grupo de ativistas, advogados e sobreviventes à caça às bruxas que se foi tornando cada vez maior e mais eficaz. Foi alvo de violência física, ostracizada pela comunidade onde vivia, mas acabou por ver o seu trabalho reconhecido pelo Governo, que não só lhe atribuiu o prémio Padma Shri como instaurou programas oficiais para erradicar a caça às bruxas na Índia. Mas só em 2018 é que a prática foi banida por uma lei específica, que a criminalizou. Os registos oficiais da Mission Birubala, o grupo fundado pela ativista, indicam que terão sido salvas 90 mulheres de uma morte certa graças à ação direta de Birubala Rabha, que não tinha mais do que a instrução primária, mas impressionou quem a conhecia pela argumentação lógica que usava para combater as superstições enraizadas há séculos nas comunidades rurais. Dia 15, de cancro. R.G.
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