Richard Sherman

O Conselho Britânico de Classificação Cinematográfica considerou há poucos meses que o clássico “Mary Poppins”, de 1964, deveria ser objeto da sua maior atenção por causa da linguagem, que seria desadequada ao seu público. Após uma investigação cuidada, o Conselho recomendou que o filme fosse visto com “supervisão parental”, porque uma das personagens, o Almirante Boom, refere-se às crianças com fuligem na cara como “hotentotes”, um termo depreciativo para designar uma tribo da África Austral. A notícia é quase incompreensível, porque o que fica de “Mary Poppins” na memória é Julie Andrews como ama inglesa excêntrica que voa com um guarda-chuva, as crianças Banks, um limpa-chaminés (daí a fuligem) e o termo ‘supercalifragilisticexpialidocious’.