Exclusivo

Obituário

Maurizio Pollini

Luciana Leiderfarb e Rui Gustavo

1942-2024 “Esse rapaz toca melhor do que qualquer um de nós”, terá dito Artur Rubinstein quando Pollini ganhou o Concurso Chopin de Varsóvia. Tinha 18 anos, era aluno de Carlo Vidusso no Conservatório de Milão, e tinha-o sido do famoso Carlo Lonati. O meio musical ainda o recordava por, três anos antes, aos 15, ter ficado com o segundo lugar no Concurso de Genebra, no qual Martha Argerich arrebatou o primeiro prémio. Ambos são da mesma geração e iriam cruzar-se muitas vezes. Nascido em Milão, filho de um arquiteto, iniciou-se no piano aos sete. Após as distinções, estudaria com Arturo Benedetti Michelangeli a fim de ampliar o seu repertório. Ficou conhecido pelas suas leituras de Chopin, Schumann ou Beethoven, que considerava um “moderno”. Tocou também compositores do século XX, como Schoenberg, Sciarrino, Maderna, Boulez ou Luigi Nono. Do seu catálogo discográfico, que começa em 1960, constam 126 álbuns, sobretudo para a chancela Deutsche Grammophon. Aos 82 anos, continuava a tocar: só parou definitivamente dia 23, num hospital em Milão. Antes, cancelara concertos em Madrid, Saragoça e Barcelona, devido a uma doença respiratória. “É verdade que procuro o que me parece ser a essência de uma obra, a sua verdade. Nesse sentido, sou um pianista do meu tempo”, disse à revista “Grammophone”. L.L.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate