1938-2024 Militar português, era major da Força Aérea e detém o indesejável recorde de ser o prisioneiro de guerra que mais tempo passou na prisão do inimigo. Em 1963, quando ainda era sargento, viu-se obrigado a aterrar de urgência na Guiné, foi atacado à catanada e feito prisioneiro pelos guerrilheiros do PAIGC. Sobreviveu aos ferimentos — ficou com uma cicatriz no meio da cara para o resto da vida — e foi levado para a Guiné Conacri, onde passou sete anos e meio na prisão de Kindia, até ser libertado por um comando clandestino no decorrer da Operação Mar Verde. No mesmo dia foram libertados 26 militares, mas só o major Lobato teve direito a ser chamado pelo nome durante a libertação. De regresso a Portugal, ainda passou oito dias detido e vigiado pela PIDE e foi obrigado a dar uma entrevista à RTP em que mentiu e disse ter conseguido fugir sozinho. As autoridades portuguesas negaram sempre a Operação Mar Verde. Voltou à Força Aérea, deu formação e reencontrou-se com guerrilheiros que tinha combatido quando esteve em Cabo Verde a trabalhar. Depois da vida militar, teve um cargo na direção-geral da Publimedia, do grupo Sojornal, e escreveu a autobiografia “Liberdade ou Evasão”. A sua história é contada no podcast “O Sargento na Cela 7”, de Tânia Pereirinha, e no livro “Dias de Coragem e Amizade”, de Nuno Tiago Pinto. Dia 8, de causas não reveladas.
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