Se há anos que o centro político não se entende, hoje já nem tenta. A instabilidade das políticas não ajuda o país
Pela 25ª vez em apenas 15 anos, um Governo vai alterar as leis laborais — agora em assuntos sensíveis e complexos, como a lei da greve, o regime de teletrabalho e de baixas automáticas, o lay-off e o outsourcing. É legítimo, claro, mas também é uma prova inequívoca de como a ausência de entendimentos ao centro prejudica há muito a desejável previsibilidade de que a economia precisa para trabalhar. Ao que tudo indica, vamos ter mais disso: estão em curso mexidas nos currículos escolares que provocam muita polémica e convocam pouca ciência, alterações às leis da imigração e nacionalidade (idem). E já vão longe os tempos em que os altos cargos eram, também eles, concertados — abrindo-se guerras políticas e mediáticas sobre um governador do banco central que só prejudicam a imagem externa do país. Agora, na nova arquitetura do sistema político, a tentação da AD será negociar tudo à direita. Como é que isso dá estabilidade a um país que pouco avalia os resultados e está sempre sob ameaça de eleições é que não se antevê.
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