A paz pela força de Trump garantiu uma vitória, mas põe fim a seis décadas de estabilidade. É urgente voltar à diplomacia
Na sintomática conferência de imprensa da cimeira da NATO, onde gozou com jornalistas e diminuiu os outros chefes de Governo (todos desesperados por manter a Aliança de pé), Trump foi questionado por uma jornalista ucraniana sobre os mísseis Patriot que Zelensky pede há meses aos EUA. Só quando ela estava em lágrimas e quando lhe disse que o marido estava em combate, Trump cedeu a uma gota de humanidade: “Sim, vamos ver se temos disponíveis.” O Presidente norte-americano ganhou a semana, mostrando que a sua “paz pela força” conseguiu travar Netanyahu e o Irão ao mesmo tempo. Foi bom a curto prazo, mas ignorar aliados, a diplomacia e até o congresso dos EUA põe em risco oito décadas de história, precisamente os mais pacíficos da história do mundo. O mundo respira fundo, agora. E ganha tempo. Mas é urgente levar o Irão de volta à diplomacia, é urgente parar a guerra em Gaza e negociar com palestinianos. Como escrevia Eugénio de Andrade, “é urgente permanecer”.
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