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Editorial

Ventos e prioridades

A ideia de lançar uma revisão constitucional só à direita é uma armadilha. O que pede quem perdeu a confiança são soluções

“Não se pode amar o país apenas quando se ganha”, disse Joe Biden quando Donald Trump derrotou a sua vice-presidente em novembro passado. Portugal ainda não assistiu a uma vitória da direita radical, mas no domingo viu André Ventura constituir-se como líder da oposição. O resultado animou os seus apoiantes e, como é típico nos movimentos radicais, deixou os restantes entre a preocupação e o choque. Nesta altura, é reter o essencial: a AD venceu, reforçando-se o suficiente para não ter de se preocupar com os mais pequenos da esquerda. O PS entrou em crise e precisa de tempo — uma oportunidade para Montenegro. O Chega cresceu, colocando aos diferentes partidos do sistema uma última oportunidade de despertar. É incerto, improvável mesmo, que André Ventura queira institucionalizar o partido que criou, pelo que resta aos dois partidos fundadores do regime trabalhar para recuperar a confiança de quem a perdeu. Nesse sentido, a ideia de lançar uma revisão constitucional só à direita é uma armadilha: os cidadãos dispensam, só pedem soluções.

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