Exclusivo

Editorial

Nós e Donald

Os dias em que o Presidente dos EUA tenta provocar o caos, cartada após cartada

A cada dia que passa, a política negocial de Donald Trump — vencedor de umas eleições que em grande medida prescindiram de freios e contrapesos no exercício do poder — torna-se cada vez mais evidente. Em qualquer mesa a que se sente, será sempre o primeiro a lançar uma proposta, obviamente absurda, exorbitante ou estapafúrdia, de forma a colocar-se em vantagem perante o seu interlocutor. Gosta de pensar que tem todas as cartas na mão e, por isso, perceber o seu método é cada vez mais fácil. Difícil é adivinhar os objetivos. O que não relativiza a importância das suas decisões. Se for prego a fundo na guerra das tarifas, é bem provável que estejamos condenados a afundar-nos. Portugal incluído. O perigo é real. E um animal acossado tem tendência para tomar a decisão mais drástica. O que não faz parte destas contas — que pressupõem que os Estados Unidos têm um poder infinito — é a perda de poder provocada por cada guerra que Trump abre. A política comercial globalista conferia poder (não apenas económico) aos EUA. Tal como a política de apoio financeiro a instituições americanas ou internacionais. O isolamento da Administração Trump, que não tem desculpa para não entregar o que prometeu durante a campanha, tornará o país mais fraco. E a nós também.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate