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Editorial

A maldição de Saramago

Nunca tantos portugueses estiveram indecisos. Só na literatura vale um prémio, na vida real é um pesadelo

Os portugueses estão atentos, como explica a sondagem do ICS-ISCTE, publicada nesta edição pelo Expresso: 90% conhecem o caso da empresa familiar de Luís Montenegro e a maioria sente-se pouco esclarecida com as justificações do primeiro-ministro (incluindo quase metade dos eleitores da AD). De resto, o impacto na imagem do líder do PSD é claro: hoje, um em cada quatro dos que votaram AD preferia outro líder. A partir daí, o estudo mostra-nos dois países a ler a atual crise política com lentes partidárias. Isso é claro na leitura sobre os responsáveis pela crise e na opinião sobre Montenegro. Partidárias, mas não cegas: 39% dos inquiridos assumem não saber ainda em quem votar. É um número nunca antes visto: o dobro face às legislativas de 2024 (que já era um recorde) e mais do que os que já decidiram votar na AD e no PS, se contados juntos. Parece que Saramago voltou para nos assombrar com o seu “Ensaio sobre a Lucidez”, correndo os partidos com votos em branco. Só vale um Nobel se for ficção.

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