O recentramento do PS na imigração abre a oportunidade de fechar feridas na sociedade. Haverá vontade?
Dificilmente um país que recebe mais de 400 mil imigrantes em meia década poderia escapar a uma discussão pública sobre imigração. Ela chegou primeiro pela direita radical, naturalmente em termos radicais — tantas vezes de forma desumana. Mas lentamente chegou ao centro, ao coração do sistema político português. Depois do PSD, agora também o PS — na entrevista de Pedro Nuno Santos ao Expresso desta semana — recentra o seu discurso sobre imigração: aponta erros na governação de António Costa, deixa de vez a ideia de portas abertas e tenta remarcar as linhas de separação com a direita nas ideias de humanismo a receber e de outras vias para trazer e regularizar trabalhadores, sempre com monitorização do Estado. Com este recentramento socialista, muito em linha com o que tem defendido o desejado candidato presidencial António Vitorino, o país ganha uma oportunidade para um novo consenso ao centro sobre uma matéria importante que se tornou divisiva na sociedade. Cabe a Luís Montenegro dar o próximo passo.
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