Trump ameaça (mais) um país da NATO, Musk ataca vários líderes europeus. O que vai sobrar é incerto e exige defesa
Não há, na história das democracias liberais, nenhum paralelo com o momento que agora vivemos: um Presidente dos EUA a fazer uma aliança com um multimilionário que carrega uma agenda ideológica radicalmente iliberal. É o caso de Trump e Elon Musk — uma era que não precisou de uma posse para se iniciar. Em poucas semanas, Trump juntou às ameaças à UE uma nova a um país da NATO: quer a Gronelândia e não abdica da força das armas. Musk foi mais longe: promoveu a AfD alemã e tenta manobrar a política britânica contra Starmer. Há muitos interesses em jogo, mas os que vão falando mais alto são os dos grandes negócios e os antirregulação, não os do grande público. Neste novo mundo há alianças frágeis — as do novo poder norte-americano —, que não sabemos até onde vão sobreviver. E há alianças em ruínas, como a transatlântica. A Europa costuma mexer-se lentamente. Mas chegou o tempo de acordar.
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