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Editorial

Partida, largada...

As eleições presidenciais são só em janeiro de 2026, mas o tiro de partida já foi dado

Em novembro de 1994 estávamos a 14 meses das eleições presidenciais seguintes. E o então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Jorge Sampaio, que tinha deixado a liderança do PS na sequência da derrota nas eleições legislativas de 1991 contra o PSD de Cavaco Silva, dava o passo em frente para uma candidatura presidencial, que seria vitoriosa (e por coincidência contra o próprio Cavaco Silva, que tinha sido primeiro-ministro na década anterior). Portanto, que em novembro de 2024, 30 anos depois, comecem a surgir com maior força os nomes que se perfilam para a corrida presidencial daqui a 14 longínquos meses não deve nem pode causar estranheza de maior. Nesta altura, e com os dados conhecidos, o almirante Gouveia e Melo, de saída da chefia do Estado-Maior da Armada, parece ser o (pré) candidato em melhores condições. E, sobretudo, em condições de mais baralhar os candidatos que surjam das esferas dos tradicionais partidos dominadores das eleições nas últimas quatro décadas, PS e PSD. Mas a pole position que Gouveia e Melo parece ocupar nesta altura não é sinónimo nem prenúncio de uma vitória garantida nas urnas. Em primeiro lugar, pouco se conhece sobre o que pensa o almirante em relação a muitos dos temas da vida nacional e internacional. E se o prestígio como militar e líder do processo de vacinação contra a covid-19 é inquestionável, não é de descartar que quanto mais se conhecer do seu pensamento político, quanto mais for escrutinado, maior desgaste à volta do seu nome possa surgir. Por outro lado, ainda está longe de ficar definido o quadro de candidatos vindos da área socialista e social-democrata. À direita, Marques Mendes foi o primeiro a sinalizar a vontade de uma candidatura, mas nomes como Aguiar-Branco, Rui Rio, Passos Coelho, Santana Lopes e Paulo Portas são também falados. Do outro lado da barricada, António José Seguro e António Vitorino têm sido muito badalados e somam-se ao eterno António Guterres, a Mário Centeno ou a Augusto Santos Silva. A corrida é de fundo e desgastante. Resta saber quem terá fôlego e quem se limitará a fazer o papel de lebre...

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