A cimeira do clima que decorre em Baku até à semana que vem não transmite sinais de confiança
Há um ano, no Dubai, assente na riqueza petrolífera, o mundo unia-se na conferência global do clima para anunciar a transição para o fim da era fóssil. Um ano depois, no Azerbaijão, outro Estado fortemente dependente do combustível fóssil, o mundo não só parece não ter avançado como as metas climáticas de combate ao aquecimento global surgem cada vez mais ameaçadas. Bem pode pregar António Guterres. O secretário-geral da ONU apelou mais uma vez aos líderes mundiais para tomarem medidas imediatas para reduzir as emissões, proteger as pessoas das catástrofes climáticas e “derrubar as barreiras ao financiamento climático”. Diz que só assim é possível uma resposta ao “ano de masterclass em destruição climática” em 2024. Os factos apontam noutro sentido: o ano que está a terminar é já considerado o mais quente de que há registo. E não só é o mais quente mas o primeiro a ultrapassar o limite de aquecimento acima de 1,5 graus, por comparação ao período entre 1850 e 1900. A somar a isto, temos uma nova Administração americana, cujo líder pretende a saída do acordo do clima e duvida das alterações climáticas provocadas pelo Homem.
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