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Editorial

Populismo fiscal de esquerda

Ao azar do fogo, a liderança de Miguel Albuquerque juntou uma perigosa irresponsabilidade política

Há sempre má sorte quando um incêndio varre uma ilha como a da Madeira há mais de 10 dias. Mas há algo trágico, também, no modo como o Governo Regional foi lidando com a situação no terreno: férias intermitentes, palavras de desvalorização, avanços e recuos sucessivos — quer no pedido de apoio a Lisboa, quer nos aviões solicitados a Espanha. Há, no mínimo, erros políticos graves numa liderança que já se sente frágil. Mas há também uma teimosia na autonomia regional, que não pode ser bússola cega: se as instituições do país aprenderam bem as lições de Pedrógão, não há justificação para a Madeira ter ficado de fora do sistema operacional nacional de combate a incêndios. No clássico de James Baldwin, o título “Da Próxima Vez, o Fogo” alertava para o perigo de uma escalada de violência que o autor não desejava. Na Madeira alerta-se para os perigos de uma escalada de irresponsabilidade política. Que se apaguem os fogos, rapidamente.

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