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Editorial

Isto não é uma guerra

A entrevista de Lucília Gago oficializou a guerra entre políticos e MP. Cabe a Marcelo e a Montenegro enterrar o machado

A entrevista não resolveu o problema, adensou-o. Lucília Gago dispôs-se, pela primeira vez, a responder a perguntas de um jornalista, mas não serenou os ânimos: apontou o dedo a uma “campanha orquestrada” por políticos contra o Ministério Público (MP), oficializando a existência de um clima de guerra institucional. Foi, por isso e não pelas suas justificações (legítimas), um mau serviço à República: a PGR vai sair de funções e deixa ainda mais apertada a já difícil escolha de um sucessor. Eis o quadro que ele herdará: um Governo que vê desordem no MP; um amplo consenso partidário que lhe aponta erros sistemáticos, violação de direitos e garantias; um contramanifesto dos magistrados, subscrito por mais de metade deles, apontando uma conspiração — tese subscrita pelo sindicato e pela PGR. Marcelo e Montenegro têm agora uma missão difícil: encontrar quem possa dar ordem sem abrir guerra. E, a par, ajudar quem vier a ter melhores instrumentos para investigar. Um conselho: envolvam o PS. Isto não está para aventuras.

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