As eleições europeias trouxeram elementos de racionalidade para serenar o debate político. Que sejam aproveitados
Depois de três meses de tensão política, as eleições europeias deitaram gelo nos ânimos das lideranças: houvesse uma crise política, as esquerdas dificilmente conseguiriam voltar a governar, o Chega provavelmente cairia e a AD, é quase certo, teria a mesma dificuldade em formar maiorias. É hora, portanto, de dialogar. Montenegro abriu espaço a António Costa para a presidência do Conselho, o PS aceitou o nome proposto para o novo Conselho Económico e Social (Paes Antunes é uma escolha prudente da AD), a pressão interna sobre Pedro Nuno é para negociar um Orçamento — e a palavra “diálogo” já entrou no léxico do secretário-geral socialista. Antes do Orçamento, e tendo em conta os avisos de Mário Centeno sobre o perigo de derrapagem nas contas, seria prudente os dois partidos começarem pelo básico: acertar as metas do plano orçamental que Portugal terá de entregar em Bruxelas já em julho. Com o Chega a precisar de acertar estratégia, abrem-se espaços novos para negociar — ou para respirar.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt