A XVI legislatura da democracia começou com um bloqueio na eleição do presidente do Parlamento
Terça-feira, 26 de março de 2024. Dia 1 da nova legislatura. A XVI legislatura da nossa democracia. O Parlamento dava o pontapé de saída, sabendo-se à partida que o quadro político seria sempre muito complexo. A coligação que vai governar o país teve a vitória eleitoral mais curta da democracia (PSD e PS têm, aliás, o mesmo número de deputados, desempatando os dois do CDS), e na Assembleia da República os populistas radicais têm a impressiva força de 50 deputados. Ou seja, mesmo que as coisas corressem bem, seria sempre muito difícil. Embora tendo começado de forma elevada, com o convite a António Filipe, do PCP, para conduzir os trabalhos, o primeiro dia não podia ter corrido pior. Mesmo estando em causa a normalmente simples eleição da mesa da AR, com o presidente, vice-presidentes e secretários da mesa, o PSD não soube prever e acautelar as dificuldades do novo quadro e permitiu que André Ventura tomasse conta do palco, bloqueasse a votação e alimentasse um espetáculo pouco recomendável. Na bancada laranja, ainda como deputado, estava presente Luís Montenegro, que na próxima semana toma posse como primeiro-ministro de Portugal. Se ainda tivesse dúvidas sobre a dificuldade de levar a legislatura a bom porto, o que sucedeu no hemiciclo deve tê-lo deixado alerta. Naquela terça-feira, faltavam 1645 dias até ao final da legislatura. A batalha afigura-se longa e muito difícil.
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