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Editorial

Mundo novo

As eleições legislativas foram convocadas devido a uma crise política. Mas será que saímos da crise?

A eleição do último domingo, mais do que marcar a transição de poder entre o PS e a AD, que tem de se considerar absolutamente normal num país democrático, significou aquele que poderá ter sido o maior sobressalto que o nosso sistema político viveu nas últimas décadas. Por ironia, é no ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril que o chamado voto de protesto dos portugueses atinge valores nunca antes vistos. O Chega de André Ventura, que há apenas cinco anos conseguia eleger o seu primeiro representante no Parlamento, chegou à estrondosa marca do milhão de votos, ganhando mesmo no círculo eleitoral de Faro e conseguindo colocar 48 deputados na próxima Assembleia da República. Como bem apontava esta semana Teresa Violante, com as eleições de domingo “terminou o excecionalismo português. A extrema-direita antissistema é agora uma força política com capacidade de condicionar o Parlamento e constitui um desafio aos dois maiores partidos”. E Clara Ferreira Alves, de forma acutilante, aponta mesmo uma crise mais funda: “A crise do capitalismo contemporâneo corre o risco de ser corrigida e modelada pela nova direita, nacionalista, protecionista, arrivista, securitária e racista.”

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