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Cartas

Não precisamos de mais faculdades de Medicina

Após o sucesso do esforço de estruturação e desenvolvimento do Sistema Nacional de Saúde (SNS) nas décadas de 80 e 90 do século passado, baseado num organismo forte e predominante, no século XXI assistimos à sua desestruturação. Nas últimas décadas assistimos à disfunção das principais redes de referenciação do SNS e ao proliferar de instituições privadas sem integração no sistema e em competição com ele; ao êxodo de profissionais, afastados pelo sistema desestruturado, por ordenados baixos, sem perspetivas de carreira ou de segurança no trabalho, obscenamente excessivo; à deterioração e desatualização de instalações e equipamentos e à carência gritante de meios imprescindíveis. O SNS está hoje desadaptado à distribuição demográfica e geográfica da população, às suas necessidades de cuidados de saúde preventiva, curativa, de reabilitação e paliativa, à prestação de assistência segura e de qualidade, sem articulação com os outros sectores da saú­de, cada vez mais potentes, sem a necessidade de grande investimento financeiro em recursos humanos, pois, face à indigência dos ordenados públicos, pouco mais precisa de oferecer aos profissionais. Como abrir novas escolas de Medicina onde e quando não existem médicos para ensinar nem população suficiente para aprender?

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