No passado dia 23/7, na abertura do “Jornal da Noite” da SIC, podíamos ver a reportagem da visita do primeiro-ministro a Angola e nem queria acreditar. Grande plano das bandeiras nacionais — e a nossa bandeira, bem visível, apresentava-se de pernas para o ar. Conhecerão os responsáveis do protocolo de Estado de um e outro país a simbologia de tal ato? Creio que sim. O chefe de protocolo de Estado, que tem como deveres “uniformizar a atuação protocolar dos órgãos de soberania em todas as atividades que tenham incidência na vida internacional”, estava lá e falhou estrondosamente. Não vamos desvalorizar a situação, como estão todos a fazer assobiando para o lado, como na secção Gente da última edição do Expresso, que compara o incomparável. Esta situação é o culminar do espírito vigente, do ‘quero, posso e mando’, do poder instalado na “Cidade Alta”, com os seus oligarcas a comprar tudo o que podem em Portugal. Qual é o complexo dos nossos governantes nestas visitas oficiais de não irem aos cemitérios prestar homenagem aos militares portugueses mortos naqueles territórios? Já que enchem a boca com o 25 de Abril, não se esqueçam de que os nossos militares que estão enterrados naqueles países não regressaram porque as famílias não tiveram dinheiro para os trazer — e o Estado até hoje fez tábua rasa do assunto.
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