Exclusivo

Cartas

História de (in)decisões

É a quarta vez que um Governo toma a decisão “irrevogável” de construir um novo aeroporto de Lisboa na Ota, Alcochete ou Montijo, a terceira de avançar com uma linha de AV Lisboa-Madrid e a segunda de construir uma terceira travessia sobre o Tejo no corredor Chelas-Barreiro. A aprovação da solução Alcochete é quase unânime entre as organizações políticas e os influencers, apesar de “não se saber ainda” quanto vai custar e de o Campo de Tiro de Alcochete ser mais próximo de Benavente do que de Alcochete, encontrando-se a cerca de 45 km de Lisboa. Pedro Nuno Santos diz sempre ter defendido essa solução, esquecendo o incidente da aprovação, por sua autoiniciativa, da solução de “curto prazo” Montijo — para a qual, de acordo com António Costa, não havia plano B —, e os partidos da AD já não se recordam das acusações de total irresponsabilidade orçamental que lançaram a Sócrates quando apresentou este mesmo plano ao substituir um outro, praticamente aprovado, com o NAL na Ota e a AV para o Porto e Madrid na margem norte do Tejo. Fica por explicar a razão pela qual a solução Alverca, trabalhada por Carmona Rodrigues, entre muitos outros técnicos, foi rejeitada pela CTI e por lamentar a insensibilidade do atual Governo face à destrui­ção estética do Mar da Palha, retalhado por uma nova ponte que exige pilares colossais, abrindo uma ferida irreparável na imagem de Lisboa. Em relação à linha AV Lisboa-Madrid, com vantagens ambien­tais face às ligações aéreas e que se encontra dentro do limite máximo de quilometragem admissível, ignora-se o projeto político madrileno de se assumir como capital incontestável da Ibéria e a baixa relação benefícios-custos prevista nos estudos económicos.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate