À semelhança de muitos países europeus, começou a circular entre nós a notícia de uma intenção, ainda pouco consistente, da possível reintrodução do serviço militar obrigatório (SMO), extinto em Portugal em finais do século XX — numa decisão que mais não foi do que o reconhecimento de uma via de pacifismo que quase toda a Europa praticava e que, como paladina, tentava que fosse seguida por todas as nações do planeta. Infelizmente, a realidade está a impossibilitar esse objetivo. A quase certeza de tranquilidade que julgávamos ser vitalícia (apesar dos indícios contrários que, dia após dia, se iam avolumando em várias regiões do mundo) modificou-se radicalmente, tornando-se cada vez mais evidente ser necessário seguir o sábio conselho oriundo de Roma há quase 1600 anos e que muitos portugueses consideram uma grande tolice: quem quiser paz terá de estar preparado para a guerra. Sem orgulho ou lamentos sobre a “tropa” que cumpri no contexto da Guerra Colonial, que tanto nos afetou, e sendo convictamente contra todas e quaisquer formas de violência, considero que deveria ser estabelecida com urgência uma discussão pública não muito longa acerca do regresso de uma forma de SMO que, a todos os títulos e desde que implementada como patamar cívico, social e profissional que os tempos modernos impõem, mostre ser uma fase da vida digna e valiosa para todas as gerações futuras.
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