Exclusivo

Ideias

De Pereira de Moura

Escrevo esta carta, saudando democraticamente o diretor do Expresso, bem como os participantes na elaboração do semanário. A razão destas linhas tem a ver com o conteúdo crítico transcrito a 18/4/2025, no artigo do jornalista dr. Miguel Sousa Tavares “Quando vale tudo” sobre o percurso do professor doutor Francisco Pereira de Moura (1925-1998), que mereceu uma resposta da família deste professor universitário de Economia e Político, no mesmo jornal de 19/9/2025. Na verdade cumpre-me, como conhecedor da obra do professor Pereira de Moura, desde setembro de 1973 até hoje sobre a Ciência Económica, período que sinaliza o começo da minha frequência no ex-ISCEF e ex-ISE, hoje ISEG, e tendo eu desempenhado as funções de chefe de Gabinete deste professor enquanto ministro dos IV e V Governos provisórios do então primeiro-ministro general Vasco Gonçalves, já falecido, entre 13/3/1975 e 13/9/1975, tentar repor a verdade dos factos, como aliás a família do saudoso professor Moura o tentou fazer. O professor Pereira de Moura parece-me ter tido, ao que é do meu conhecimento, uma atitude fiel, honesta, independente, competente e moderada enquanto servidor do interesse público, desde pelo menos 1965, data da publicação nos órgãos da comunicação social portuguesa durante o período eleitoral da chamada “Carta dos 101”, em que já há informação em Portugal do que se veio a chamar a pouco conhecida “esquerda católica” (sector de leigos portugueses, inspirados pelo catolicismo ou mais genericamente pelo cristianismo) que veio a intervir politicamente nas fileiras da oposição democrática ao Estado Novo, em 1969 e 1973, antes do movimento do 25/4/1974. Por sua vez, a sua participação como organizador e participante da vigília da Capela do Rato contra a Guerra Colonial e vítima da feroz repressão marcellista em 1972, só por si mereceria um desenvolvimento especial, para o qual não tenho elementos, pois ausente de Portugal desde outubro de 1967, estava a cumprir o SMO em Angola (Cassamba e Zenza de Itombe) entre 8/1970 e 6/1973.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate